domingo, 6 de maio de 2012

Por falar em cachoeiras, cataratas e cascatinhas






Cachoeira: o o que está por trás disso tudo?
Ninguém é tolo o suficiente para duvidar que grandes e não tão grandes interesses tem a incrível capacidade de moldar a opinião pública, conduzi-la de acordo com sua pretensão, seja ela política ou econômica. Os brasileiros de uma maneira geral costumam ser levados, e a história prova isso, a formar opiniões, criar mitos, derrubar outros e acreditar em verdades não tão verdadeiras.

Este episódio do contraventor goiano Carlos Cachoeira é um exemplo claro de que a grande mídia se curva a quaisquer interesses, desde que eles concorram para um objetivo comum. Vamos deixar claro uma coisa: repórteres não são treinados a analisar o pedigree das informações. Reconheço que a melhor lição de jornalismo que eu recebi foi a famosa In qui Prodest (a quem interessa) de Carlinhos Castelo Branco e depois de Mino Carta.

Há muita controvérsia nesta história. Qualquer jornalista que tenha dois neurônios sabe que o crime organizado, aqui, na América, na Europa, na Coréia ou no Japão, trabalha para assegurar o seu negócio, seja ele o jogo do bicho, a prostituição, o tráfico de mulheres, o comércio de drogas, o contrabando e assim por diante.

Poder político, claro. Poder econômico, também. Diversidade de negócios, evidente. Mas, o foco de tudo é sempre proteger o negócio principal, o negócio mãe: o crime.

Como é que um contraventor de Anápolis arregimenta tanto poder, contrata todos os arapongas desempregados de Brasília, estende suas atividades para uma empreiteira e coloca todo o seu poder de influência no Congresso Nacional e no Judiciário, influencia decididamente pelo menos dois governos estaduais, Goiás e Rio, e interfere diretamente na edição da mais influente das revistas nacionais e indiretamente em toda a mídia? E vai saber o que mais, no varejo do quotidiano.

Será possível que um gangster goiano tenha conseguido a proeza de quebrar um dos mais antigos paradigmas do crime organizado? Não creio.

Alguma coisa muito estranha está acontecendo. O que ninguém conseguiu ver ainda é o crime principal. Ou seja a verdadeira ação organizada que está por trás de toda esta história. Com certeza não é o jogo do bicho em Anápolis. Muito menos a ação depredadora de uma empreiteira, a Delta, que sequer inovou no sua forma de atuação.

Temo que à medida que as revelações aflorem, se é que isso vai acontecer, caminhemos para o mesmo desaguadouro de sempre: a boa e velha pizza. Punem-se uns esbirros quaisquer e preserva-se o verdadeiro crime organizado.

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