terça-feira, 18 de setembro de 2012

Fraternidade na desgraça


Dilma e Cristina: problemas de câmbio e de crescimento




Recentemente acompanhei o ministro Mercadante à reunião dos ministros da Educação do MERCOSUL, em Buenos Aires. Ao chegar, fomos tomar um café com um alto funcionário da embaixada, que discorreu com um desdém tremendo sobre a crise no país vizinho. Não é a primeira vez que isso ocorre.

Desta vez, entretanto, confiado no saber econômico do meu chefe, tasquei de cara: “Meu chapa, você me desculpe, mas na economia global e de blocos, a crise de um afeta a todos".

Reportagem de O Globo publicada no sábado corrobora meus argumentos: a crise na Argentina afeta mais o Brasil do que a turbulência na Europa.  Os argentinos foram responsáveis por 32% da redução das exportações brasileiras, com o encolhimento de US$ 1,67 bilhão menos, ou 27% do total  da queda das vendas brasileiras.

As perdas mais nítidas foram sobretudo em bens de capital (-14%) e de consumo duráveis (-12%) – dos quais os principais compradores são os argentinos com 60% do total exportado pelo Brasil.

A crise argentina é sobretudo cambial. Sem reservas em dólares, Cristina Kirchner e seu ministro Guillermo Moreno querem segurar a moeda norte-americana de qualquer jeito, nem que para isso tenham que criar barreiras aos produtos brasileiros ou incentivem o mercado negro de uma forma jamais vista no país. Uma das alternativas que está sendo estudada, pelos dois governos, é alimentar o comércio com as moedas locais, o real e o peso argentino.

Sem o comércio com a Argentina, o crescimento do PIB brasileiro fica comprometido. E se o Brasil não crescer a taxas superiores a 3%, morremos todos abraçados na recessão ou assistimos a disparada da inflação. Por esta razão, meu caro hermano Gustavo Iaies, Dilma está suportando todos os desaforos de Cristina e ainda busca encontrar uma saída: entre os males da economia em bloco está a máxima que quando cai um, caem todos. Vide o que ocorre na Europa, né?

Dá série meu-saco-rompe-com-ruído-de-lataria alguém poderia me explicar por conta de que eu tenho que pagar mais caro para viajar na janela de emergência (tem mais espaço) ou na primeira fila de um avião da TAM, se não pago menos quando viajo na última fila e a cadeira não reclina?







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