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Tonto e Lone Ranger, nos anos 50: heróis ingênuos que empolgavam nas matines |
Bem feito!
Uma produção de US$ 235
milhões não arrecadou até agora nem a metade do que gastou. Claro estou falando
do Lone Ranger, o Cavaleiro Solitário, a desastrada tentativa da Disney de
recuperar o personagem dos anos 50 e seu indefectível companheiro comanche, o
índio Tonto.
Bem que Johnny Deep se
esforça no papel do índio que conta a história. E tem tiradas bem engraçadas.
Muito pouco para a fortuna que gastaram, é verdade. Mas, o que mais me
incomodou foi a forma desrespeitosa com que trataram um herói sexagenário, que
animou a minha geração com seriados no cinema, na tevê e nas revistas em
quadrinhos da RGE (Rio Gráfica Editora).
Tá legal, o mundo mudou. A
internet, o 3D, os efeitos especiais, acho que ninguém daria mesmo bola para um
caubói ingênuo que defendia os índios, os agricultores, os mexicanos no meio
daquele descampado texano.
Aliás, tenho o privilégio
de possuir uma cópia dos dois longas feitos na década de 50. Lone Ranger e The
Golden City. São produções B, ingênuas, típicas das matines daquele tempo,
quando um mocinho era mocinho e um bandido era bandido. Algum sociólogo
certamente terá tempo para explicar porque os gibis e o cinema eram tão
lineares. Da minha parte, adorava os finais:
- Veja, os índios ficaram
com o ouro, agora poderão construir um hospital e uma escola. E nada disso
seria possível sem a participação de Tonto e de Lone Ranger.
- Aio Silver. Away!
Então vamos combinar:
kimosabe, quer dizer homem digno e não irmão errado.
Lone Ranger era um Texas
Ranger que foi emboscado com outros seis companheiros, inclusive o seu irmão. E
fez a máscara com a camisa do irmão. Foi
salvo por um índio chamado Tonto. Não era advogado, nem promotor, nem coisa
nenhuma. Silver era um cavalo selvagem,
mitológico, um cavalo de prata.
Tudo isso era uma invenção
tola. Mas, inesquecível para quem contava as horas para a matine de domingo.
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