domingo, 11 de agosto de 2013

A noite em que São Paulo fez música



A soprano uruguaia Maria José Siri: perfeita como a Aída de Verdi

Gregory Kunde é um simpático tenor americano, dotado de uma voz potente e límpida, com notável clareza e dicção perfeita. Ele foi o Radamés da estréia de Aída, na noite de sexta 9. Esteve perfeito como o guerreiro egípcio que se desgraça pelo amor a uma escrava etíope.  Foi de sua lavra, livre da fantasia, a frase que definiu a noite:

- Maestro, hoje à noite nós fizemos música!

Os cenários estiveram perfeitos, a maquiagem e os figurinos também. A iluminação rica e expressiva como convém aos grandes teatros. Mas, o que sobressaiu mesmo foi a performance dos cantores, do coro e, sobretudo, o talento daquelas moças e rapazes escondidos no fosso e que fizeram a música de Giuseppe Verdi soar soberana, como deve ser.

Maria José Siri, a soprano uruguaia, uma menina mágica, simpática e humilde, distante do perfil habitual das divas, arrebentou. Não deixou pedra sobre pedra. O trio do terceiro ato, com Kunde e com o barítono inglês Anthony Michaels-Moore. Aliás, desculpem, o terceiro e o quarto ato foram magistrais. Perfeitos.

E o que dizer da Amneris da mezzo-soprano finlandesa Tuija Knihtia. Que voz, que performance!

Gostaria de registrar, não sei o nome dele, o trabalho maravilhoso do clarone (para quem não sabe a clarineta na clave de fá) uma das deliciosas invenções de Verdi para Aída, que brindou a plateia com uma intervenção espetacular.

John Neschling zeloso, atento, minucioso, parecia um Toscanini ou um Beecham. Regeu com suavidade, entrelaçado com o espirito do maestro Verdi. Divertiu-se. Fez muita música.

Obrigado Johnny, que noite memorável!

A cereja do bolo ficou para a perplexidade das minhas filhas Carolina e Nina, do Theo, filho do Toni e da Débora, e da Victoria, do Luís e da Luciana.

De quebra, minha irmãzinha Heloísa Ballarini documentou com um ensaio fotográfico os ensaios. Em breve o seu trabalho maravilhoso estará disponível na internet.

Obrigado Helo, por tudo. Vamos em frente!


Amigos, ainda têm mais oito apresentações de Aída. E tem mais por ai. Em breve teremos a história de um cavalheiro sedutor que barbarizou em Sevilha, contada por Lorenzo da Ponte e musicada por ninguém menos que Wolfgang Amadeus Mozart. 

Um comentário:

  1. Nunzio te agradeco a oportunidade de ter registrado fotograficamente o nascimento desse espetaculo...passei os ultimos dias me alimentando de musica. Foi um balsamo!
    A estreia foi emocionante e nao preciso dizer mais nada depois de ler seu texto, que descreve tudo tao lindamente.
    Adorei tudo!!! Muito!!! Que venham as proximas

    montagens pra alimentar a cidade de arte.
    Beijo da sua irmazinha Helo...rs

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