sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio + US$ 14 bilhões

 


Rafael Correa: se querem preservar terão que pagar



Se há uma coisa que me aborrece são estes happenings gigantescos que se propõe a solucionar os grandes problemas do mundo e não passam de panacéias para animar minorias e seus interesses específicos. Nunca emprestei muito crédito a Organização das Nações Unidas, sobretudo depois da palhaçada sanguinária que eles permitiram em Ruanda, onde um burocrata poderia ter evitado um holocausto, mas não fez.

Aliás, a ONU sempre serviu para ser uma grande fábrica de espuma, embora através de suas agências, a UNESCO, a UNICEF e tantas outras se disponha a resolver os grandes problemas do mundo. E é claro, desde que os países pobres se disponham a canalizar seus recursos para financiá-los.

Por esta razão não me surpreende que a Rio + 20 tenha sido um retumbante fracasso. Bem andou a presidente Dilma: “Desenvolvimento sustentável é a erradicação da miséria. É assegurar os direitos republicanos a educação e a saúde”. Melhor ainda Rafael Correa, o presidente do Equador: “Os países desenvolvidos são os que mais consomem recursos naturais, enquanto os mais pobres os oferecem, as vezes gratuitamente, como o oxigênio gerado pela Floresta Amazônica. O grupo dos 20% dos países mais ricos é responsável por 60% das emissões de CO2, enquanto que os 20% mais pobres emitem apenas 0,72%”.

Correa foi fundo: “Imaginem se fosse o contrário. Se as florestas pertencessem aos países ricos e os pobres as estivessem destruindo. Já nos teriam invadido sob o pretexto de salvar o mundo”.

O presidente do Equador foi secundado por Evo Morales, presidente da Bolívia, que se insurgiu contra o que se imaginava fosse o motor da conferência: a economia verde. “Trata-se de uma nova forma de colonialismo para submeter os governos anti-imperialistas e anti-capitalistas”.

Bom! Salvamos a honra. O resto foi um bla-bla-bla danado. Coisa de copinho de papel, de plantar árvore no fundo da escola.

Uma ONG teve o desplante de questionar que os 36 milhões de brasileiros que o governo brasileiro tirou da miséria e colocou na sociedade de consumo deveriam ser submetidos a um processo mais intenso de avaliação. Ou seja, esta carinhosa ONG quer saber se a erradicação da miséria no Brasil não interfere no equilíbrio ecológico do planeta. Isso me lembrou o caso da floresta de Botiswana. Foi antes da Rio-92. Uma população nativa vivia a gerações em uma mata e dela retirava tudo o que precisava para seu sustento: calor, alimentação, energia, etc... Uma ONG alemã ficou escandalizada com isso. Juntou recursos e distribuiu fogões a gás para as famílias. Em dois anos, todos haviam migrado.

Pois é. Tem razão o maluco do José Simão: Salvem o planeta, vamos extinguir o ser humano!

O discurso ambientalista é a forma politicamente correta dos países desenvolvidos manterem suas políticas colonialistas sobre o mundo em desenvolvimento. Tem razão o presidente Rafael Correa. Se querem que o Equador não explore as reservas petrolíferas do parque Yasuni e mantenha de pé suas florestas, tudo bem. É só pagar. Esta riqueza pertence ao povo equatoriano e representa US$ 14 bilhões.


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