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A extraordinária montagem de Falstaff no Municipal de São Paulo: a farsa de Shakespeare revisitada com originalidade |
Ficamos todos maravilhados.
A estréia de Falstaff no Theatro Municipal ontem, sábado dia 12, foi uma
apoteose. Cantores maravilhosos – este barítono Ambrogi Maestri é mesmo um
escândalo de competência como cantor e como ator – cenários e encenação no tom
certo, sem exageros, no tom perfeito da farsa que Boito reescreveu de William
Shakespeare. Mas, me permitam chamar a atenção para um ponto: nada disso teria
dado certo não fosse a eficiência descomunal de todos os 109 músicos que
estavam no fosso sob o comando do maestro Neschling.
Que orgulho e que emoção
conferir os sons que saiam do fosso. Os solos perfeitos, os tutti harmônicos, os
andamentos precisos. Uma noite inesquecível.
Para quem não sabe,
Falstaff é a última ópera de Verdi. O maestro estava perto de completar 90 anos, tinha 87.
Trazia uma carreira de sucessos marcantes, a afirmação de uma escola e,
sobretudo, uma humilde escalada de aprendizado. Encerrou a carreira com uma
ópera cômica, distante da singeleza da Commedie dela Arte, com uma partitura
notável na orquestração, na harmonia e na forma como dispõe instrumentos e vozes.
Bruno, nosso maestro do
coro, obrigado irmão. Você está dando a São Paulo um conjunto maravilhoso.
Sutil, penetrante, potente. Tenho certeza que na Carmem, em maio, vamos fazer
barba, cabelo e bigode, com as massas corais que Bizet utilizou com tanta
propriedade.
Temos coro e temos uma
orquestra de respeito. Parabéns São Paulo!
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Uma grande noite com dois dos meus tesouros: a mais nova Nina e a mais velha Bianca |
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