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Débora Duboc: atriz e cantora na peça "Sou toda Coração": noite de magia e música |
Vamos começar definindo
algumas verdades e alguns parâmetros: sou fã de carteirinha de Débora Duboc,
destes de uivar para a lua na fila do gargarejo do teatro. Sempre vi nela a
capacidade extraordinária de incorporar os personagens que representa. Isso e
mais um raro aspecto bergmaniano, ou melhor, de estrelas bergamanianas como
Bibi Vogel, por exemplo, de deflagar uma verdadeira batalha entre o interprete
e o personagem. Desta guerra emerge sempre uma interpretação coerente, lúcida,
teatralmente engajada.
Isto posto, a mãe do Theo
e do Otto, também sempre me chamou a atenção pelo raro timbre de voz, um
registro mediano entre a mezzo soprano e a contralto. Um vozeirão capaz de
bambear os lustres. Ainda me lembro da primeira vez que a vi. No Teatro da
Funarte em Brasília. Faz 20 anos, no mínimo, e algumas existências. Valente
Débora. Sua primeira imposição no palco era a voz, como sempre compete as
grandes estrelas. Sua fala era clara.
Isso me chamou muito a
atenção. Lembro que comentei com a minha esposa, Rejane: “Esta menina, a esposa
do Toni, daria uma excelente cantora”.
Alguns anos depois, para
minha surpresa, ela montou um espetáculo dificílimo, com canções de Friederich
Wiedekin, o fundador da escola de Munique. Foi o “Espírito da Terra”. Uma
maravilha que felizmente me rendeu um CD que guardo com imenso carinho e gosto
de ouvir quando a mordacidade e a ironia são chamadas para aplacar o meu desespero
com a existência. Pois é. Aí a voz da Débora vira a de um anjo. Um anjo meio
bravo a me chamar a atenção: “Galateia......”
Compartilho com a minha
estrela a paixão por Pirandello. Pelos textos mais esculturais. Pelo som das
palavras. E tenho agora o privilégio de partilhar também a voz da interprete,
da cantora diferenciada. Débora estrela o musical “Sou toda coração”. Uma joia
pura de 22 canções que se tornam mágicas, recriam climas, projetam lembranças.
De Domenico Modugno e Kurt Weill a Cazuza, Chico Buarque e Lamartine Babo; de
Jards Macalé a Waldick Soriano.
Debbie, você está bárbara.
Maravilhosa. Obrigado por uma noite de música e magia.
E aí vai o servição:
“Sou toda coração”
Quartas e quintas as 21
horas no Teatro Itália – Avenida Ipiranga, 344;
Ingressos: R$ 40,00 (20 na
meia); grátis para professores e estudantes da Rede Pública, de verdade, com
comprovação e tudo.
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