domingo, 25 de dezembro de 2011

Sinal dos tempos, com certeza!

Sir Thomas Beecham: um dos maiores regentes do século XX, gravações perfeitas



Vou começar este post agradecendo ao e-mail super carinhoso que me mandou o professor Bisaglia, da Ordem dos Músicos do Brasil, comentando este blog.

Obrigado professor, o senhor foi muito generoso. E eu gostaria de acrescentar que concordo com o que o senhor disse a respeito das coleções, tipo obras completas com um único interprete. Sempre achei uma bobagem descomunal. Afinal, ninguém pode ler de maneira uniforme uma obra inteira. Sempre haverá as melhores e as piores.

Apenas para registro, gostaria de colocar aqui as minhas preferências com relação ao ciclo das nove sinfonias de Ludwig van Beethoven:

·         Sinfonia 1, com Wilhelm Furtwangler;
·         Sinfonia 2, com Bruno Walter
·         Sinfonia 3, com Felix Weingartner
·         Sinfonia 4, com Willem Mengelbert
·         Sinfonia 5, com George Schell
·         Sinfonia 6, com Bruno Walter
·         Sinfonia 7, com Arturo Toscanini
·         Sinfonia 8, com Georg Solti
·         Sinfonia 9, com Wilhelm Furtwangler ( a notável versão de 54 em Bayreuth)

   Esta questão da preferência de regentes ou de gravações tem muito a ver com o avanço da tecnologia de reprodução. E isso exige, sem dúvida, uma capacidade muito grande em ouvir música e apreciá-la, mesmo em registros sofríveis. Assim, por exemplo, fica difícil não qualificar como excelente a versão da quarta sinfonia de Brahms pela ótica de Victor de Sabata. Regentes britânicos como Thomas Beecham ou John Barbirolli, apesar de contarem com grande aparato tecnológico, estão entre os meus prediletos sobretudo pela capacidade de interpretar contemporaneamente os desejos do autor.

Beecham certamente tem a melhor versão do colossal oratório O Messias, de Haendel, ou a Sinfonia Fantástica, de Berlioz. Barbirolli tem uma leitura preciosa da Nona Sinfonia de Mahler e uma meticulosa interpretação da Suite Peer Gynt, de Edward Grieg.

Tenho dito e ensinado, professor Bisaglia, que a melhor gravação não supera, contudo, o esplendor de uma apresentação ao vivo. E, nesse sentido, tenho provocado alguma polêmica com a afirmação de que os músicos brasileiros, mais precisamente os conjuntos orquestrais brasileiros se apresentam pouco, tem temporadas confusas, marcadas pelo improviso. Mas, acho que é sinal dos tempos.

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