quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Alvíssaras! John Ford vem a Brasilia


       












“Ó incautos! Ó pobres de espírito!”. Mais ou menos deste jeito o jornalista Danton Peabody, notável personagem de “O Homem que Matou o Facínora” anunciaria a retrospectiva John Ford que o CCBB inicia hoje em São Paulo, com 36 filmes do diretor americano de ascendência irlandesa, falecido em 1973, e que depois virá a Brasília e ao Rio de Janeiro.
Para se ter uma idéia da importância de Ford para a indústria do cinema, basta dizer que em qualquer lista dos três melhores westerns de todos os tempos, ele sempre aparece com pelo menos três títulos: “No tempo das diligências”(1939), “Rastros do Ódio”(1956) e “O Homem que matou o facínora”(1962). Além disso, ele ostenta um dos mais gloriosos elogios que um cineasta pode receber. Perguntado sobre que filme ele admirava e gostaria de ter feito, Serguei Eisenstein respondeu: “A Mocidade de Lincoln” (1939), do mais completo diretor que eu conheço”.
Eisenstein não era um homem de muitos elogios. Este foi feito de coração. Até porque ele sabia que Ford acompanhava seus trabalhos pessoalmente, revisava os roteiros e liderava o processo de finalização. Principalmente a montagem, onde ele aplicava os ensinamentos do mestre soviético, contidos em seu livro “A forma do filme”.
Ford dirigiu mais de 150 filmes, incluindo várias obras primas que ele fez no esforço de guerra, entre 1941 e 1945. É dele um dos títulos mais emblemáticos de toda a história do cinema: “Vinhas da Ira” (1940), baseado no livro homônimo de Steinbeck, e que era o filme predileto do presidente Franklin Delano Roosevelt.  
Aliás, o filme que conta a história de uma família, no meio da depressão americana, que perde a fazenda em Oklahoma e percorre um pais totalmente destruído em busca de trabalho em uma plantação de pêssegos na Califórnia, é certamente um dos 10 melhores filmes de todos os tempos.
Outro filme marcante de sua filmografia é “Como era verde o meu vale” (1941), passado em uma aldeia de mineradores de carvão no País de Gales, onde desponta uma das mais lindas atrizes britânicas, Maureen O’Hara, também estrela maior  de “Depois do Vendaval”(1952), passado na Irlanda natal do diretor.
A mostra traz também um documentário sobre o diretor, com uma longa entrevista de Ford concedida a ninguém menos que Peter Bogdanovich, cineasta e cinéfilo juramentado, e que já foi exibida no TCM.
É para bater a língua nos dentes e esperar em breve pela programação em Brasília. Prometo divulgar aqui a programação integral. Ford na telona é um raro privilégio!

Um comentário:

  1. Pena que não posso ir, mas confesso que deu vontade. Quando a mostra chega em Brasília?

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