quarta-feira, 23 de março de 2011

Adeus Liz!

Liz querida, não precisava exagerar. Deixar este mundo no dia do meu aniversário foi demais. Agora, além de ser a data de aniversário do Moacyr Scliar, também será uma data lembrada pela sua grande e infinita viagem.
Tenho certeza que seus olhos violetas vão combinar perfeitamente com o azul do paraíso. Vai dar até um tom sobre tom.
Pouca gente sabe, mas eu sou um daqueles que se apaixonou por você, quando o resto da humanidade preferia um cão rough collie.
Na minha infância, você parecia um anjo andando naquelas pradarias britânicas. E me apontava aquelas montanhas nubladas.
Ai já na minha juventude, a mulher apaixonante. A Gata do Tenessee Williams. Só mesmo Paul Newman para fazer um tipo blasé com uma mulher como você. E a indignação legítima que Burl Ives praticamente joga na nossa cara. Concordo com ele. Você é irresistível até mesmo para um cara com desvios de comportamento. Qualquer tendência ao homossexualismo não resistiria aquele sorriso.
Pior foi o Marlon Brando em um Bonde. E que confusão. Não foi só o Richard Burton que acreditou que vocês tiveram um caso. O mundo todo acreditou.
Confesso que não babei tanto quando te vi na pele da rainha Cleópatra. Você vai me perdoar, mas neste personagem, a francesinha do Cecil B. de Mille está melhor (Claudette Colbert). Nunca teve a sua presença, nem a sua postura. Não tinha os seios que você tinha, nem a cintura fina. Mas, o olhar dela era muito mais transgressor – safado mesmo – que o seu.
É bem verdade que não há um perfume com o nome da Colbert.
Vai Liz. Vai para o palco do Paraíso.

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