sábado, 13 de novembro de 2010

Missão cumprida no Recife

Recife: da junção de dois rios nasce o Oceano Atlântico
“Pernambuco falando para o mundo. Tem o mundo a voz de ouro, meu cantar é meu tesouro”.


Então, foi uma sexta-feira épica daquelas que como diria William Shakespeare: Malditos aqueles que ficaram em Brasilia e que não lutarão comigo no dia de São Crispim e São Crispiniano.
Duro mesmo foi ter que tomar uma aula: “Nós temos que ver o interesse da imprensa e não o dos ministros”.
A culpa é minha. Com certeza. Sempre é. Me lembrei do Steinbeck e do Kapa na União Soviética. Era madrugada e os dois chegaram para tomar um avião para Moscou. Estavam no Mar Morto. Era um daqueles cargueiros americanos que tinham perdido sangue na II Guerra.
Um soldado postado na frente do avião dirigiu-se aos dois e pontificou: Ninguém embarca.
Nada demoveria aquele soldado. Ordem é ordem. Nem o próprio Stalin embarcaria naquele avião. Os dois jornalistas dirigiram-se ao comandante da base aérea, que ao ouvir o relato, limitou-se a olhar para o relógio.
- Dêem mais 15 minutos e se apresentem para embarcar.
No prazo acertado, outra sentinela permitiu que eles acomodassem suas malas no porão e se refestelassem nas poltronas improvisadas da lata velha americana. O comandante ainda foi se despedir dos dois e explicou:
- Era mais fácil trocar a guarda do que mudar o comando dado a um soldado soviético. Dois comandos poderiam obrigá-lo a raciocinar, o que seria absolutamente indesejável.
Pois é, se o comando era para a entrevista coletiva ser realizada no escritório regional da Advocacia Geral da União, em Boa Viagem, por que diabos mudar? Para agradar a imprensa? Ou para tumultuar?
Resultado: uma entrevista conturbadíssima, confusa, em ambiente inapropriado. Melhor trocar o soldado, não acham?
Mas, deu tudo certo. A liminar caiu. O meu emprego se manteve. O ministro Luis Ignácio Adams, da AGU, é uma figuraça. Haddad comeu um camarão a grega, que deveria se chamar camarão a toda Grécia, tal o volume de camarões. O dr. Mauro comeu uma cioba recheada, por força de alergia a crustáceos, eu e o Ary comemos uma moqueca de camarões e lagostas. Almoçamos no Bargaço  do Pina.
A comadre Beatriz Castro gravou a entrevista que queria com o ministro para o Hoje. A Renata Cafardo dançou na sua pretensão de gravar sua entrevista para o Fantástico.
Aliás, Fernando Haddad realmente não existe. Mais de 90% da esplanada daria o braço para aparecer na mais xarope das revistas televisivas. Ele simplesmente esnoba. “Não estou a fim e tenho dito”.
Hehehehehe. O soldadinho soviético não entendeu nada. Não vai entender nunca. Acho que com 40 anos de experiência na imprensa, não preciso tomar lições de um burocrata. Então, vai aprender na segunda divisão.
Minha proposta de mandar um caminhão de melancias para a juíza de Fortaleza não foi bem recebida. Ela teria dificuldade para compreender. Quanto ao procurador, quem ele pensa que engana?
Foi bom estar em Recife de novo, ainda que por poucas horas. Dar um beijo bem gostoso na nora de Lulinha. Fazer uma prece para que a Margarida tenha uma boa hora no parto. Ouvir aquele sotaque gostoso, de gente bonita. Sentir o sol no rosto e o calor na camisa. Que saudades do Alcyr, Bruno, Pedro Henrique, do Duda, de Martinha, da outra Martinha, de Márcio Makmann!
Que pena! Foi tão rápido. Deu tempo apenas de beber um suco correndo na base aérea. Suco de cajá. Verdadeiro. Não polpa.
Até outro dia Recife querido. Nossa missão foi cumprida. Obrigado.


   

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